domingo, 29 de novembro de 2009

Obra Análoga

Lotes vagos em Belo Horizonte - 2005

Foi criado por Louise Ganz em colaboração com Breno Silva, como uma ação coletiva de artistas e arquitetos, para transformar lotes de propriedade privada em espaços públicos temporários. O processo de construção urbana é hoje baseado na lógica do mercado, da especulação imobiliária, do estímulo a espetacularização dos espaços, e paralelamente vem aumentando a segregação e o medo entre os habitantes.
Esse projeto de ação coletiva propõe outro caminho – realçar uma rede de espaços vazios, que são potenciais de respiração e invenção. Belo Horizonte possui 70 mil lotes vagos, o que corresponde a 10% das propriedades privadas da cidade, e se somadas correspondem a uma porcentagem imensa de áreas disponíveis e próximas de toda a população.
Os tipos de ocupação dos lotes não visam eliminar esse caráter meio abandono, meio memória vegetal, topográfica e arqueológica. Permanece certo caráter de vago mesmo, senão vira empreendimento. As intervenções são nesse limite, entre vago e propositivo.As possibilidades de ocupações livres problematizam os modos de vida social hoje, abordando questões como as noções de propriedade, meio ambiente, ócio, comunidades, ética e estética.Os diversos processos de intervenção nos lotes foram feitos após negociações com seus respectivos proprietários, os quais emprestaram os lotes por períodos distintos, e os trabalhos envolviam as populações locais.

Louise Marie Ganz, é arquiteta e artista visual, professora do Unileste MG

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